Análise de poemas simbolistas portugueses
Instituto de Linguagens
Departamento de Letras
Disciplina: Literatura Brasileira II
Aluna: Talita C. B. Figueiredo
3º ano Letras/Literatura matutino
Faça referências às relações que se podem estabelecer, convergentes ou discrepantes, entre as estéticas Romântica, Parnasiana e Simbolista.
Eugênio de Castro
Eugênio de Castro apresenta no 1º e 2º poemas a forma clássica do soneto petrarquiano, com dois quartetos e dois tercetos. O autor enquadra-se na Escola Simbolista pelo uso de rimas novas e raras, novas métricas, sinestesias, aliterações e vocabulário mais rico e musical.
No 1º poema, o eu lírico descreve o amor impossível por uma musa que o desdenha. A rejeição faz com que seu desejo cresça. Sua conclusão é a de que apenas o amor sem esperança pode ser verdadeiro.
Este soneto difere-se da estética Parnasiana e aproxima-se do Romantismo por sua temática subjetiva, com enfoque no amor impossível. Há uma sugestão de sensualidade: “teu virgem corpo em flor”. No entanto, o eu lírico não concretiza seu desejo, acarretando na transcendência do seu amor. A não concretude desse amor é o que o move.
Sua musa não é descrita em detalhes e não há um esclarecimento do motivo de seu desdém. Tais indefinições são características do poema simbolista, em que a descrição minuciosa dá lugar à sugestão.
O vocabulário do soneto evoca sensações táteis: frieza, frígido; e sensações visuais: olhos, ver, vejo. Há também a ocorrência de aliterações com os fonemas /m/, /n/ e /j/ que evocam leveza e continuidade, possivelmente em referência à postura resignada do eu lírico que abraça a natureza de seu desejo impraticável.
No 2º soneto o poeta relata que uma nau carregada de perfumes – possivelmente exalados de especiarias, já que a nau vem do Oriente – sofre um incêndio durante a noite e aporta em terras portuguesas pela manhã. No último terceto, o eu lírico compara sua vida a essa nau.
O poema é todo permeado de sensações