Poder
Desde Aristóteles, uma dimensão da idéia de política é aquela associada à existência de autoridade ou governo, ou seja, às regras de organização da vida em coletividade.
Partindo dessa idéia de que política implica autoridade ou governo, vários cientistas políticos buscaram definir a Ciência Política como uma disciplina que s e dedicaria ao estudo da formação e da divisão do poder. Assim, o ato político seria aquele realizado dentro da perspectiva de poder.
O conceito de poder varia no tempo e em função da corrente de pensamento abraçada pelos diferentes autores. A fim de exemplificar a complexidade de que se reveste o conceito, são referidos, a seguir, alguns posicionamentos que inspiraram toda uma série de teorias em ciência política. * Thomas Hobbes (1651), partindo da concepção na teoria substancialista “o poder de um homem consiste nos meios de que presentemente dispõe para obter qualquer visível bem futuro”.
* John Locke (1694), partindo da interpretação subjetivista “o fogo tem o poder de fundir metais, do mesmo modo que o soberano tem o poder de fazer as leis e, fazendo as leis, de influir sobre a conduta dos súditos”.
* Nicos Poulantzas, a partir de Marx e Lênin, e da teoria da luta de classes, chama de poder “a capacidade de uma classe social de realizar os seus interesses objetivos específicos”. É uma definição corrente entre os adeptos da teoria política marxista.
* Para Harold Lasswell, poder é “o fato de participar da tomada das decisões”. Essa visão do poder tem sido corrente para todas as teorias de decision-making process, e é criticada pelo fato de apresentar-se como uma concepção muito voluntarista do processo de tomada de decisões.
* Max Weber (1992) conceituou poder como sendo “a probabilidade de um certo comando com um conteúdo específico ser obedecido por um grupo determinado”. A concepção weberiana de poder parte da visão de uma sociedade-sujeito, resultado dos comportamentos normativos dos agentes