Poder e cidadania
Laureat International Universites
NAIRA DAYANE DA SILVA MUNHOZ
A noção de Cidadania e Poder
MANAUS-AM
25-04-2012
A noção de Cidadania e Poder
-Nada mais fácil que perder de vista a realidade da democracia, quando ela se torna só mais uma palavra bonita a manejar em proveito próprio. A democracia tem, sim, um sentido de realidade que poderia e deveria ser experimentado no dia-a-dia de cada um, mas quem é que experimenta isso? Uma das coisas mais irônicas que há, por exemplo, é ouvir a brasileira falar em “festa da democracia” para seus Justiça Eleitoral mesários, poucos dias depois de lhes mandar uma correspondência que abre com “Fica vossa senhoria intimada…”. Quantas vezes essa carta me fez sorrir amarelo! Não é à toa que, ao redor do mundo, cada vez mais pessoas, principalmente jovens, se digam desencantadas com a democracia.
Acontece que falamos em democracia quando queremos designar um sistema de governo onde consta o sufrágio universal para o Executivo e o Legislativo. E só… De forma que o princípio democrático acaba se confundindo com o princípio republicano – estranhamente, até em monarquias. E ainda evocamos, muito sábios, a batidíssima etimologia dessa palavra de 2400 anos: o poder do povo, isto é, o poder com o povo, nas mãos do povo. Mas que poder é esse que tem o povo? E quem é esse povo tão poderoso? Ou, misturando as noções: em todos esses países democráticos, o que pode o povo? Aposto com quem quiser que é preciso repensar o que entendemos por democracia se quisermos que a palavra faça jus à própria origem e ao sentido tão positivo que, recentemente, passamos a lhe atribuir.
Digo recentemente porque, nesses já mencionados 2400 anos de história da democracia, o conceito não é louvável há mais que, digamos 150. Até então, era quase sinônimo de bagunça, porque a ideia de “povo” correspondia a uma massa amorfa de gente sem a menor qualificação para exercer qualquer forma de poder. Se hoje o contrário de