poder da igreja
Estudar a Igreja Católica no Maranhão, no século XVIII, é buscar compreendê-la dentro do contexto das Reformas para soerguimento da Coroa Portuguesa através do projeto mercantil, que, a partir de 1750, esteve sob o signo da administração pombalina. A Igreja, sob a tutela do Estado, tornou-se mais subordinada, devido às medidas centralizadoras de restrição dos privilégios jurídicos do clero. Sua participação na organização econômica na região, através das ordens missionárias e dos bispos, à frente da Diocese criada em 1677, se confrontavam com os interesses do Estado Português e das autoridades locais e colonos, ambos voltados para a acumulação do capital. Porém eram os privilégios dos jesuítas que provocavam a insatisfação das autoridades locais, dos colonos e dos demais eclesiásticos levando o sistema colonial a reagir, principalmente, contra a ordem missionária jesuítica que detinha o monopólio da posse e distribuição da mão-de-obra indígena. As práticas reformistas adotadas por Sebastião José de Carvalho e Melo alcançaram o corpo legislativo eclesiástico estabelecendo autoridade secular sob a jurisdição pontifícia, embora essas mudanças de arbítrio do poder secular em matérias espirituais e eclesiásticas, já fossem sentidas desde o século XVII. A criação de um Estado secular fortalecido, livre da sistemática jurisdição apostólica romana e dos seus instrumentos, como os poderes da polícia da Inquisição, apropriada assim pelo Estado foi favorecido principalmente no rompimento entre Lisboa e o Vaticano durante nove anos, período sobremodo oportuno para Pombal. Sua política, porém se mostrou mais ofensiva contra a
Companhia de Jesus, que diante das diversas acusações o que realmente incomodava era o seu grande patrimônio em domínios lusos e ameaças de formação de um Império teocrático no
Novo Mundo.
Assim, para este estudo monográfico, delimitou-se a análise nas mudanças ocorridas nas relações de poder