Igreja e Poder
Por Alessandro Jean Loro
É fato que, durante toda a história da humanidade, a religião foi usada como forma de disciplinar os homens, determinando normas para o bom convívio social. É certo também que as religiões sempre estiveram lado a lado com os governos. Mas afinal, qual o princípio fundamental dessa união? A partir de que momento o homem usou de suas crenças coletivas para moralizar e, assim sendo, comandar os demais? Darei aqui uma pequena introdução ao tema. Segundo Paula Montero, em seu livro Magia e Pensamento Mágico: “O homem primitivo, ignorante das leis da natureza e subjugado pela sua impotência diante dela, atribuiria ao pensamento mágico à capacidade de produzir sobre a realidade os efeitos desejados”. Ou seja, tudo o que acontecia era obra de algo mágico. Lembrando o conhecimento daquela época, esta era uma explicação razoável e um tanto quanto confortante, pois havia certa esperança do homem em controlar a natureza e o curso de sua vida. No entanto, ao perceber a ineficácia de suas magias, o homem descobre a religião. Essa acredita na existência de poderes superiores aos homens, denominados deuses, aos quais se atribui o controle sobre tudo e todos. Como resultado lógico dessa crença, temos o fato de que os homens, para interferir nos acontecimentos, se vêem obrigados a aceitar e promover a contemplação dos deuses: é preciso estimular a sua boa vontade, agradá-los para que governem o mundo a seu favor. Eis que surgem os sacerdotes, tidos como representantes dos deuses no plano material. Pregando o caminho da obediência e submissão, eles conseguem educar seus fiéis, divulgando o que é certo e errado e o que os deuses farão aos que não cumprirem suas normas e preceitos. Nasce o conceito de pecado, termo que pode ser resumido a uma frase: “tudo o que faz mal a você ou ao seu próximo”.
Tal poder sobre o povo atraiu a atenção dos líderes, que viram nestas normas um modo de