PODER CORPO
Michel Foucault dizia que o corpo, em determinados momentos e sociedades, tem um poder real e essencial: “Numa sociedade como a do século XVII, o corpo do rei não era uma metáfora, mais sim uma realidade política, sua presença física era necessária ao funcionamento da monarquia”, ou seja, o corpo, físico e presente, era um dos mecanismos pelos quais o poder se exercia.
Por outro lado, em relação à república o corpo já não funciona como o corpo do rei na monarquia, pois “não há um corpo da República”. “Em compensação, é o corpo da sociedade que se torna, no decorrer do século XIX, o novo princípio”. De acordo com o filósofo, não há vontades tidas como universais que constituem os corpos da sociedade, “não é o consenso que faz surgir um corpo social, mas a materialidade do poder se exercendo sobre o próprio corpo dos indivíduos”
Foucault, nas discussões sobre o poder e o corpo, se opõe às tendências marxistas, a primeira por não delimitar os efeitos do poder ao nível da ideologia, além disso, considera que seria mais materialista estudar sobre o corpo, sobre os efeitos do poder sobre o corpo. Esse posicionamento está articulado a sua própria concepção de poder. À segunda perspectiva, se opõe devido à grande importância e valor dado à noção de repressão. Pois, para ele, “se o poder só tivesse a função de reprimir, se agisse apenas por meio da censura, da exclusão, do impedimento, do recalcamento, à maneira de um grande superego, se apenas se exercesse de um modo negativo, ele seria muito frágil”.
Em suas reflexões, Michel Foucault observa, ainda, a psicanálise e sua relação poder-corpo. Para ele, a psicanálise desempenhou um papel liberador e em certos países ainda desempenhava um papel político positivo de denúncia da cumplicidade. Portanto para Michel Foucault um dos princípios é analisar como o poder é exercido, como os micro poderes se exerce pelos corpos sociais.
Para Michel Foucault outro fato também era que o território é sem dúvida uma