Pobreza
lógica neoliberal que toma conta do debate no meio acadêmico e no campo político
orientado para a necessidade de elaboração de políticas públicas, tendo como foco na
sociedade contemporânea o fenômeno da feminização da pobreza como uma das faces da
‘nova pobreza’. Na prática a crescente pesquisa nesta área não quer afirmar que isto seja
uma característica crescente, nem mesmo que a pobreza em si o seja, mas o que buscamos
apresentar é que os estudos da recente pobreza apontam para esse aspecto peculiar de uma
parcela considerável dos lares serem chefiados por mulheres, e que, por conta das
características persistentemente patriarcais e hierárquicas da sociedade capitalista, esse
exercício acontece em situação de pobreza.
Compreendemos que essa face da ‘nova pobreza’ é um processo que está
intrinsecamente ligada com a questão de gênero e conseqüentemente com o termo ‘chefia
feminina’, quem em muitos casos está relacionado com a falta do cônjuge e seus
dependentes são filhos ou até mesmo cônjuge incapaz de trabalhar.
Os dados de IBGE (2000) mostram que as mulheres obtêm menos rendimentos
que os homens, os quais na região da AMFRI adquirem uma diferença significativa, como a
que pode ser observada na cidade de Balneário Camboriú, onde o rendimento registrado das
mulheres no setor formal representa 22,69% dos rendimentos obtidos pelos homens.
Para sucintamente compreendermos essa diferença no âmbito da pesquisa foram
aventadas uma série de explicações. Entre as quais podem ser destacadas: (a) considerar as
diferenças de jornada de trabalho, (b) com a questão da qualificação feminina, e (c) a visão
de que o rendimento feminino é um complemento para a manutenção do grupo familiar.
Essas hipóteses são as que norteiam as pesquisas em curso visando compreender a questão
da feminização da pobreza, isto é desvendar os fatores que