Pobreza na época Medieval

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Uma indagação recorrente entre os homens: terá existido uma sociedade em que os indivíduos pudessem usufruir igualmente as oportunidades que surgem na vida social? As respostas, na maioria das vezes, são negativas. A humanidade é, desde os primórdios, conflituosa. As diferenças entre os membros de uma coletividade sempre foram, de certa forma, acentuadas pelos grupos sociais. Basta lembrarmos as distinções por idade e por sexo. De modo que o termo igualdade, quando aplicado ao contexto social e a seu sistema de direitos, deveres e privilégios, é quase uma utopia, um ideal a ser perseguido. Por isso, o conceito de pobreza é geralmente compreendido dentro de um contexto sociocultural e político específico.
Definições conceituais
Se não há de fato nenhuma sociedade igualitária, seria a pobreza um elemento social permanente? Como defini-la?

Do ponto de vista filosófico, o conceito de pobreza pode ser pensado à luz da ideia de justiça – existe pobreza quando consideramos uma determinada situação social absolutamente inaceitável e injusta. Por isso, o conceito também pode ser abordado pelo viés da ética e da política, no sentido da pobreza implicar considerações morais, fruto do convívio social. Afinal, deve-se sempre ajudar quem é pobre? De quem é a culpa por haver pobreza? Do indivíduo, do Estado, da história, do sistema?
Ao longo da história, essas perguntas obtiveram respostas que buscaram explicar os porquês das desigualdades. Durante a Idade Média, a pobreza era um estado complementar ao da riqueza, e era definida como uma condição de nascença, ou seja, algo praticamente incontornável. O cristianismo, naquele período, estimulou a caridade e o sentimento de compaixão em relação aos pobres: os ricos (e os não tão pobres) tinham dever moral de contribuir para elevar as condições de vida dos mais pobres.
Com o advento da Idade Moderna e do capitalismo, a partir do século XVI, mudaram as explicações sobre a pobreza. O indivíduo ganhou cada vez mais lugar no

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