Pobreza em Cabo Verde
1. Diagnóstico da pobreza
A pobreza e a extrema pobreza marcaram definitivamente a história de Cabo Verde. Desde sempre grande contingente da população cabo-verdiana conviveu e continua a conviver com situações de precariedade social e económica. Esta situação é resultado de uma base produtiva débil e sobretudo de uma capacidade insuficiente de geração de receitas para investimento capaz de absorver em condições sustentáveis, parte significativa da sua população e assegurar, por essa via, níveis crescentes de bem-estar material e social dos cabo-verdianos.
Segundo IPRSP (2002) não obstante as grandes transformações socioeconómicas dos últimos anos que permitiram uma melhoria das condições de vida das populações, através do reforço de programas sectoriais, como sendo as FAIMO e a implementação do Programa Nacional de
Luta contra a Pobreza (PNLP), a pobreza constitui, no século XXI, o principal problema do desenvolvimento de Cabo Verde.
De facto, a precariedade do emprego e, logo, de acesso a rendimentos, uma actividade agrícola capciosa por causa do regime pluviométrico, mas também de problemas fundiários, fazem com que a vivência de forma permanente ou a convivência periódica com a pobreza sejam um elemento estruturante da realidade sócio-económica de uma franja significativa das famílias cabo-verdianas (FURTADO, 2008).
Numa altura em que verifica-se que as consciências estão mais despertas e as oportunidades deviam ser reguladas com base na igualdade, a partir dos meados dos anos 90 a pobreza tornase uma questão central na elaboração de políticas sociais em Cabo Verde. As causas da pobreza são apontadas fazendo recurso às condições naturais da comunidade, às condições técnicas e socioeconómicas e culturais e também a factores extra-sociais como sendo a falta de oportunidades a nível do acesso aos diversos sistemas sócias básicos.
A partir do momento em que a pobreza passou a ser