Pneumonite de Hipersensibilidade

Etiologia
Alveolite alérgica extrínseca (AAE), conhecida também por pneumonite de hipersensibilidade (PH), é um grupo de doenças causadas pela inalação repetida de materiais principalmente orgânicos por indivíduos previamente sensibilizados e suscetíveis. Elas afetam os bronquíolos e alvéolos, gerando uma resposta inflamatória inicial - há acúmulo de linfócitos e formação de granulomas.
São diversos os agentes etiológicos da doença, sendo contabilizados hoje mais de 300. As três maiores categorias dos antígenos são as proteínas animais, substâncias químicas de baixo peso molecular e agentes microbianos, com o último englobando bactérias, fungos e amebas. Antes considerada uma doença ocupacional, hoje os agentes etiológicos podem estar presentes nas residências: ar condicionado, umidificadores, piscinas e chuveiros representam locais onde possa haver contaminação bacteriana relevante; pombos, periquitos, outros pássaros e mesmo travesseiros de penas de ganso podem ser fontes de antígenos presentes nas penas e fezes; estofados, áreas úmidas e estruturas com infiltração, possivelmente de antígenos fúngicos.
A PH é uma das doenças pulmonares difusas mais presentes no Brasil e sua possibilidade deve ser levada em consideração, uma vez que, por ser uma condição causada pela exposição a antígenos, o controle do ambiente é crucial para o tratamento dos pacientes - a exposição recorrente pode levar a fibrose, incapacidade e eventualmente a óbito.

Patogenia
Uma vez exposto ao antígeno, o lavado broncoalveolar (LBA) apresenta pico de neutrófilos em dois dias, seguido de acúmulo de linfócitos e macrófagos entre dois e três dias. O último ativa uma cascata imunológica e termina por produzir IL-1 e TNF-α, responsáveis por reações da fase aguda, como febre, além de estimular as células Th1 a produzir gama-interferon, este necessário para ativação dos macrófagos e sua formação de granulomas. Substâncias produzidas por linfócitos TCD8+ e macrófagos ativados facilitam a