Play Time
Em Play Time: tempo de diversão, Jacques Tati faz uma inserção de seu protagonista a um novo espaço que oferece de todas as maneiras possíveis, novidades que provocam as mais diferentes reações. Tais espaços promovem uma interação com o usuário que necessita a cada momento, estar atento aos próprios passos.
Nos dias de hoje, é difícil que alguém que viva cercado de tecnologias se surpreenda de maneira mais explicita à certas novidades por mais impactantes que possam ser, mas na época do filme em questão, o personagem observa tudo que não lhe é familiar com minuciosa atenção. Era um tempo em que novas tecnologias eram incorporadas diretamente aos locais de trabalho que viviam uma revolução na organização de seus espaços.
Os grandes espaços urbanos também passavam por uma notória mudança impulsionada pelo uso em larga escala de vidro nas fachadas e interiores dos grandes edifícios. A busca por formas arquitetônicas simples era um dos pontos chave da época que tinha grande preocupação com a parte visual dos ambientes apesar que o uso de cores fortes eram quase inexistentes. Os espaços ainda seguiam uma certa padronização, evidenciada principalmente nos locais de trabalho.
Essa visão dos espaços juntamente com a incorporação dos novos equipamentos, ocasionava certos problemas já que a maioria das tecnologias eram de difícil manuseio. Uma simples mudança de andar por meio de elevadores poderia se tornar um caos em meio a inúmeros botões. O uso efetivo das novas tecnologias parecia indispensável, mas exigia por parte dos usuários, um aprendizado prévio. Em uma das cenas do filme por exemplo, essa dificuldade em operar certos equipamentos foi demonstrada pela falta de pratica dos funcionários do prédio que nem mesmo podiam contar com o auxilio do manual de instruções devidamente traduzido.
Os costumes da época eram baseados em um certa padronização tanto no que diz respeito às formas de se vestir, como na aparência externa