Platão
DISCIPLINA: Teoria Política
PROFESSOR: Sergio Wollmann
PLATÃO
1. O pensamento de Platão
O pensamento político de Platão (428-347 ªC.) está sobretudo nas obras A República e as Leis O século V a.C. foi a “época das luzes” da Grécia, mas, ao final dele, a derrota de Atenas na guerra contra Esparta, a condenação e morte de Sócrates, as convulsões sociais que agitaram a cidade acentuam em Platão o descrédito na democracia. E bem verdade que não se trata apenas disso, pois Platão é de origem aristocrática, e seu posicionamento teórico de valorização da reflexão filosófica o leva a conceber uma “sofocracia” (etimologicamente, “poder da sabedoria”). Segundo ele, os homens comuns são vítimas do conhecimento imperfeito, da “opinião”, e portanto devem ser dirigidos por homens que se distinguem pelo saber.
2. A utopia platônica: A República
No livro VII de A República, Platão ilustra o seu pensamento com o famoso mito da caverna. Vimos que o mito pode dar margem a uma interpretação epistemológica, pela qual se explica a teoria das idéias platônica. Segundo ela, o filósofo, representado por aquele que se liberta das correntes ao contemplar a verdadeira realidade, passa da opinião à ciência e deve retornar ao meio dos homens para orientá-los.
Deriva daí a segunda interpretação do mito da caverna, que resulta da dimensão política surgida da pergunta: Como influenciar os homens que não vêem? Cabe ao sábio ensinar e dirigir. Trata-se da necessidade da ação política, da transformação dos homens e da sociedade, desde que essa ação seja dirigida pelo modelo ideal contemplado. É nesse sentido que Platão imagina uma cidade utópica, a Callipolis (Cidade Bela). Etimologicamente, utopia significa “em nenhum lugar” (em grego, ou-topos). Platão imagina uma cidade que não existe, mas que deve ser o modelo da cidade ideal.
Partindo do princípio de que as pessoas são diferentes e por isso devem ocupar lugares e funções diversas na sociedade,