PLATÃO

2009 palavras 9 páginas
Uma abordagem teórica: “Protágoras” de Platão.

Protágoras pretende ensinar a ciência política e tornar melhor cidadão o discípulo. Mas a questão é esta: é possível ser ensinada a virtude (areté) em que se baseia a arte política (tékhne politiké)?
Daí a seguinte objeção de Sócrates: “Até aqui eu crera que a arte política não podia ser ensinada, e isso por duas razões: a primeira é que nas assembléias públicas em todo negócio que exige conhecimentos especiais apenas se escutam pessoas do ofício, e em assunto político se escutam todas as pessoas, sem exigir que tenham feito algum estudo da política; a segunda é que os grandes homens são incapazes de comunicar aos filhos a virtude.
A partir das objeções socráticas, vem este segundo tema que vai estendesse até o fim do livro: se é ou não ensinável a virtude política.
Protágoras argumenta por meio de um: Após a formação dos seres vivos, os deuses encarregaram Prometeu e Epimeteu de distribuir as qualidades necessárias à vida. Epimeteu fez a distribuição, mas esqueceu do homem.
Protágoras discursa, assim, longamente, só para mostrar que é ensinável a virtude política. Começa com o mito de Prometeu e as origens da civilização; diz que todos os homens não só estão dotados, mas até devem participar da política, e que tal capacidade pode ser aperfeiçoada, melhorada com o ensino. E aí estão os sofistas, que podem ensinar...
Sócrates se diz persuadido: “dizes ser ensinável a virtude”. E daí segue dizendo que não poderia ser persuadido por outro homem que não fosse Protágoras.
Mas Sócrates insiste sobre o fundamento da virtude. Ele quer saber em que exatamente consiste a virtude, a excelência moral, o mérito. Quando se indica a virtude como excelência moral, está-se apresentando apenas sinônimo, apenas outra expressão para a mesma coisa. É neste ponto que Sócrates censura a
Protágoras: por não ter Protágoras explicado, assim, suficientemente a virtude, por não ter dito por exemplo se ela é uma ou várias.
Temos, no

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