Platão
Platão nasceu em Atenas, em 428/7 a.C. Platão viveu entre a fase áurea da democracia ateniense e o final do período helênico. Esse contexto histórico determinaria o caráter essencialmente político de sua filosofia como estabelecimento das condições para um estado político perfeito, o filósofo como o dirigente político ideal.
O interesse pela política estava ainda mais intimamente ligado a Platão por ele pertencer a uma família aristocrata que tinha participação efetiva nos destinos políticos da Grécia. Contudo, o acontecimento que mais marcou foi seu encontro com Sócrates, mestre que, sem escola e sem livros, usando apenas o diálogo, levava seus discípulos ao conhecimento de si mesmos, do bem e das virtudes, ao mesmo tempo em que demolia preconceitos e abalava falsos valores e reputações. Já restaurada a democracia, Sócrates, acusado de corromper os jovens, foi condenado à morte.
Esse acontecimento revelou a Platão as profundas falhas de um sistema político que fazia desaparecer “o mais sábio e o mais justo de todos os homens”. Tornava-se evidente que a democracia grega deveria passar por profundas reformulações, sendo necessário para isso buscar novas bases educacionais para os homens que exerceriam as funções governamentais. Depois da morte de Sócrates, Platão viajou: foi a Megara, em seguida para o Egito, à Itália meridional e Siracusa, na Sícila. Na faculdade conheceu Dion, cunhado de Dionísio I, tirano da cidade. A inteligência de Dion e seu interesse pela filosofia encantaram Platão, que via agora uma possibilidade de colocar em prática, através do grande amigo, suas concepções políticas. Ao voltar para Atenas, Platão já havia concluído os primeiros Diálogos: Críton, Lísis, Cármides, Eutifron, além da Apologia de Sócrates. A personagem central desses diálogos é Sócrates.
Visando a concretizar seu projeto de educar os cidadãos para a vida política, em 387 a.C. Platão fundou sua escola, a Academia. Para implantar seu pensamento e seu método de