platao
Uma das observações que se encontram, no início de O banquete, é o fato de Eros não ter tido a devida atenção dos poetas e dos filósofos. Por isso, Platão instaura a união entre Eros e Logos. O amor e o desejo passam a ser investigados em uma linguagem conceitual. Aos poucos, o Eros dos mitos e do conhecimento comum não é mais o Eros de Sócrates, filósofo que significativamente ouviu as revelações de Diotima, mulher e sacerdotisa. (Funda-se assim, diria M. Foucault, a scientia sexualis do ocidente em contrapartida à ars erotica do oriente).
Quem não ouviu falar dos amores conjugais, filiais, fraternais, incestuosos, trágicos, cômicos etc. que se encontram nos textos de Homero e de Hesíodo, dos trágicos Ésquilo, Sófocles e Eurípides, e de Aristófanes? O amor de Alceste por Admeto; de Antígona; de Fedra por Hipólito; de Narciso por si mesmo e muitos outros? Além desses amores, Platão recomenda que Eros se torne amor à sabedoria. Escreve sobre as questões do uno e do múltiplo, das formas e do mundo