Plasmídeo Ti
Embora não se conheçam plasmídeos de ocorrência natural em plantas superiores, há um plasmídeo bacteriano, o plasmídeo Ti da A. tumefaciens, que se mostra de grande importância. Esta bactéria é um microorganismo do solo que provoca um tumor bacteriano
(crown gall) em muitas espécies de plantas dicotiledóneas. Este tipo de tumor ocorre quando uma ferida no caule permite à bactéria A. tumefaciens invadir a planta. Após a infecção a bactéria causa uma proliferação cancerosa do tecido do caule na região do colo (Fig. 1).
A capacidade de provocar o tumor bacteriano está associada à presença do plasmídeo Ti (Tumour Inducing) nas células bacterianas. É um plasmídeo grande, superior a
200 Kb, que transporta numerosos genes envolvidos no processo de infecção. Uma das principais características do plasmídeo Ti é que, após a infecção, uma parte da molécula é integrada no ADN cromossomal da planta. Este segmento, chamado de T-ADN, tem entre 15 e 30 Kb de comprimento, dependendo da cadeia. Mantém-se numa forma estável no interior da célula vegetal e é transmitido às células filhas como uma parte integrante dos cromossomas. Mas a característica mais importante do plasmídeo Ti é que o T-ADN contém oito ou mais genes que se exprimem na célula vegetal e que são responsáveis pelas propriedades cancerígenas das células transformadas. Estes genes são também responsáveis pela síntese de compostos pouco usuais denominados opinas, que as bactérias utilizam como nutrientes. Em resumo, a A. tumefaciens manipula geneticamente a célula vegetal para os seus próprios interesses.
a) A utilização do plasmídeo Ti para introduzir novos genes numa célula vegetal
Cedo se notou que o plasmídeo Ti poderia ser utilizado para transportar novos genes para células vegetais. Tudo o que é necessário para isso é inserir os novos genes no TADN e depois cabe à bactéria o difícil trabalho de os integrar no ADN cromossomal da planta. Na