tecnologias de manipulação do DNA
Imagine que se podem "ensinar" bactérias ou outros microorganismos unicelulares a produzir produtos químicos importantes para o nosso organismo e que normalmente apenas são produzidos pelos seres humanos. Poderá isso ter alguma utilidade para a medicina? Já imaginou ensinar bactérias a limpar derrames de petróleo e outros produtos nos oceanos? Poderá isso servir como uma boa ferramenta para a protecção ambiental? Imagine que pode ensinar plantas de cultivo a fabricar o seu próprio fertilizante ou alimentos, tão importantes como o arroz, serem enriquecidos com novas vitaminas. Já imaginou a utilidade de tudo isto na nossa tentativa de alimentar a população humana em constante crescimento?
O primeiro ponto desta lista de desejos é já hoje uma realidade na nossa medicina, o segundo ponto já foi conseguido, mas apresenta ainda limitações significativas e o terceiro ponto é actualmente o grande objectivo no campo da genética, estando a ser vigorosamente perseguido. Pensa-se que num período relativamente curto surgirão resultados com êxito e as expectativas neste campo são inúmeras, pois as possibilidades de intervenção são ilimitadas.
Em qualquer dos casos o processo de "ensino" consiste sempre em acrescentar a um organismo genes de outro organismo que é capaz de fazer algo que o organismo receptor não é capaz de fazer. Este processo junta técnicas de biologia molecular, genética microbiana e bioquímica. Tornou-se conhecido por "Tecnologia do ADN recombinante" e popularmente por "Engenharia genética" e "Clonagem". Entende-se por ADN recombinante, todo o ADN composto por segmentos de diferente origem e ligados entre si, podendo esta origem ser de duas espécies diferentes (ADN natural) ou a combinação de uma espécie (ADN natural) com ADN sintético. Um exemplo da combinação de ADN de duas espécies diferentes é o caso da inserção de um gene humano no ADN de uma levedura, obrigando esta a funcionar como uma "fábrica" produtora de proteínas humanas.
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