plano de aula
Escola e trajetórias individuais de leitura
Juvenal Zanchetta Júnior
UNESP – FCL Assis
RESUMO: Objetiva-se, neste capítulo, apresentar reflexões acerca da formação do leitor no Brasil. Para tanto, o texto convoca seu leitor a refletir sobre os conceitos de leitura, educação e alfabetização.
PALAVRAS-CHAVE: Formação do leitor; Leitura literária; Educação.
Este texto aborda, de maneira introdutória, aspectos da formação de leitores no
Brasil. A intenção é mostrar a cultura escolar como fator decisivo no quadro da leitura literária entre crianças e jovens. Leitura é entendida aqui não apenas como exercício de decodificação de signos (neste caso, signos da linguagem escrita), mas principalmente como processo de atribuição de sentidos a tais signos, com base na experiência individual do sujeito: o domínio sobre a linguagem escrita, a educação escolar, as crenças, o convívio com variedade de textos e lembrança de outros textos lidos, a classe social, os grupos de pertencimento, a influência de terceiros, o lugar onde o texto é lido, e assim por diante. Os sentidos atribuídos a um determinado texto, portanto, não são estáticos, mas podem se modificar na medida em que o sujeito amplia sua experiência de vida.
Mesmo em boa parte individuais os trajetos de formação de leitores também passam por lugares comuns, o que permite mapear parte desse percurso e explicar, até certo ponto, as razões pelas quais a leitura de textos literários, para a maioria dos brasileiros, se perdeu pelo caminho ou simplesmente não aconteceu. Para se ter ideia do tamanho do problema, basta recuperar informações obtidas a partir da edição mais recente do Indicador de Alfabetismo Funcional (INAF)1. Apenas 25% dos brasileiros
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Pesquisa realizada desde 2001 pelo Instituto Paulo Montenegro, cujo objetivo é mensurar o nível de alfabetismo entre brasileiros de 15 a 64 anos.
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são considerados plenamente alfabetizados, isto é, capazes de ler textos mais