Plano de aula
PERRONE
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ENSINO
O trabalho com a Língua Portuguesa deve propiciar ao aluno a conscientização de que, por meio da linguagem, atribuímos sentido ao mundo, que através dela influenciamos e somos influenciados, enfim, é preciso possibilitar uma visão geral que dê condições ao educando de compreender a dimensão do processo comunicativo como um mecanismo através do qual se estabelecem as relações de poder. De acordo com as diretrizes, “refletir sobre o ensino da Língua e da Literatura implica pensar também as contradições, as diferenças e os paradoxos do quadro complexo da contemporaneidade” (DCEs, 2008, p. 48). E, nesse quadro, de rapidez das mudanças ocorridas no nosso meio social, requer de nós, professores, um repensar da nossa ação pedagógica. Pois, ensinar Língua e Literatura, na visão da linguagem enquanto processo de interação, implica, indiscutivelmente, perceber as inúmeras relações de poder presentes nos discursos que atravessam o campo social. Seguindo essa linha teórica, cabe ressaltar as contribuições de Bakhtin em relação ao caráter da linguagem enquanto interação e carregada de ideologias, considerando que “a palavra é o fenômeno ideológico por excelência (...) é o modo mais puro e sensível de relação social.” (Bakhtin, 1999, p. 36). Ainda, ancorando-se no mesmo autor:
A palavra penetra em todas as relações entre indivíduos, nas relações de colaboração, nas de base ideológica, nos encontros fortuitos da vida cotidiana, nas de caráter político, etc. As palavras são tecidas a partir de uma multidão de fios ideológicos e servem de trama a todas as relações sociais em todos os domínios (BAKHTIN/VOLOCHONOV, 1999, p. 41).
Ainda nesse viés, procurando apoio nas contribuições bakhtinianas, que também norteiam a base teórica das Diretrizes, propõe-se um trabalho
pedagógico com a Língua