Planejamento anual

VIANNA, Claudia e RIDENTI, Sandra. Relações de gênero e escola: das diferenças ao preconceito. In: AQUINO, J.G. Diferenças e preconceito na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1998.

No início do texto são citados três exemplos de relatos construídos através de depoimentos de alunos e professores de algumas escolas. No primeiro exemplo, ao pedir que os alunos e alunas se distribuíssem para as tarefas de uma festa na escola, as meninas optaram por confeccionar fantasias e para a dança, enquanto que os meninos se responsabilizaram pelas tarefas de instalação e seleção musical e o controle dos ingressos. Nesse meio, uma menina solicitou um espaço no grupo dos meninos por não ter habilidade pela dança nem pela criação das fantasias, enquanto que um menino pediu para incluírem-no no grupo de dança. O menino ficou apelidado de “maricas” e a menina foi rejeitada pelo grupo dos meninos, alegando não ser uma tarefa para meninas. No segundo exemplo, está ocorrendo uma reunião de professores na escola para aquisição de salas para o próximo ano letivo. Uma professora, com mais tempo de casa que o professor que concorria com ela pela mesma vaga, foi humilhada pelo professor ao se manifestar pelos seus direitos e ouviu ofensas machistas do tipo: “deve estar naqueles dias”, associando a sua irritação com seu período menstrual. Já no terceiro exemplo, um professor foi admitido para lecionar para uma turma de pré-escola, o que não era comum naquela escola, por ser de mulheres a formação do corpo docente daquela entidade. No início, as crianças estranharam um pouco, mas logo em seguida criaram um bom relacionamento. Certo dia, algumas mães de meninas manifestaram-se contra a figura do professor, alegando que seria impróprio um professor auxiliá-las na ida ao banheiro. Esses relatos expressam o preconceito sobre homens e mulheres, com base nas diferenças de sexo e nos permite refletir sobre os significados que essas