Pitágoras X SÓCRATES
Detalhe do afresco "Causarum Cognitio" de Rafael Sanzio, em que o artista representa Platão e Aristóteles. Platão aponta com sua mão direita para cima, talvez se referindo às causas das coisas, e leva em sua mão esquerda um exemplar de sua obra Timeus. Confira Escola de Atenas.
Segundo Fowler [1] pág. 7, essa parte do diálogo Mênon é o primeiro texto direto que conhecemos sobre a matemática grega. Data provavelmente de 385 a. C. Escritos mais antigos não sobreviveram, e são conhecidos apenas através de referências de terceiros.
Neste presente texto estaremos examinando a parte do diálogo de Mênon que mais diz respeito à História da Matemática. Faremos alguns comentários sobre os argumentos utilizados. Não nos deteremos nos aspectos gnosiológicos e pedagógicos do diálogo, mas naturalmente temos aqui um exemplo do chamado "método socrático".
Começamos apresentando a parte do diálogo que alguns especialistas intitulam Teoria da Reminiscência. Abaixo transcrevemos [3] páginas 56 a 60.
O Diálogo
Mênon: - Seja, Sócrates! Entretanto, o que é que te leva a dizer que nada aprendemos e que o que chamamos de saber nada mais é do que recordação? Poderias provar-me isso?
Sócrates: - Não faz muito, excelente Mênon, que te chamei de habilidoso! Perguntas se te posso ensinar, quando agora mesmo afirmei claramente que não há ensino, mas apenas reminiscência; estás procurando precipitar-me em contradição comigo mesmo!
Mênon: - Não, por Zeus, caro Sócrates!