pirâmide
RESENHA DO FILME CRIANÇAS INVISÍVÉIS.
RECIFE, PERNAMBUCO
2013.
O primeiro filme “Bilú e João”, conta a história de dois irmãos que tem uma realidade, vivida por muitas crianças brasileiras, que para sobreviver passam o dia na rua em busca de materiais recicláveis para vender e conseguir seu sustento diário. Apesar de tudo isso essas crianças ainda tem que enfrentar a disputa de território com as outras crianças que estão ali pelo mesmo propósito. Apesar dessa luta desesperada pela sobrevivência, elas não passam de crianças que foram brutalmente afetadas pela sociedade capitalista que tende a esquecer da existência delas, podemos observar os traços de da infância no momento em que Bilu e seu irmão constroem um joguinho com pregos encontrados no chão, para que as noites após o dia de trabalho possam brincar; porém eles já estão tão afetados pelo meio social em que vivem que passam a cobrar dinheiro das outras crianças dando a elas o direito de jogar e viverem um pouco da infância que ate então estava escondida. As desigualdades sociais são mais freqüentes nas crianças afetadas por pobreza e privação nos países ou grupos sociais com maiores carências econômicas. De acordo com o texto de SARMENTO, “A cultura molda a infância, havendo variações de concepções de acordo com sua realidade social, religião, nível de instrução entre outros fatores.” E é isso que o filme Crianças invisíveis mostra, por serem crianças com baixas condições sociais, as infâncias delas se moldam de maneira que se sinta bem em passar o dia todo na rua enfrentando sol e chuva, fazendo com que aquilo se torne algo divertido, privando-se dos direitos que realmente são seus como o direito a escola. Essa realidade trouxe para o irmão de Bilu uma responsabilidade que não caberia a ele, que é cuidar de sua irmã devido ao fato de estarem sozinhos no mundo, de acordo com o texto, trata-se de um processo de adulterização precoce e irreversível.