Pirro de Elis
Diógenes Laércio, citando Apolodoro de Atenas, diz que ele foi um pintor e que existiam pinturas suas no ginásio de Elis. Posteriormente foi atraído para a filosofia pelas obras de Demócrito, e travou contato com o pensamento dialético da Escola Megárica por intermédio de Bríson, aluno de Estílpon.
Pirro, junto com Anaxarco, viajou com Alexandre, o Grande em suas explorações no oriente, e estudou na Índia com os gimnosofistas e com os Magi na Pérsia. Da filosofia oriental parece ter adotado uma vida de reclusão. Voltando a Elis, viveu pobremente, mas foi muito reconhecido pelos habitantes de Elis e também pelos atenienses, que lhe concederam a cidadania. Suas doutrinas são conhecidas principalmente pelos escritos satíricos de seu pupilo Tímon, o Silógrafo.
Os princípios de sua obra são expressos, em primeiro lugar, pela palavra acatalepsia, que define a impossibilidade de se conhecer a própria natureza das coisas. Qualquer afirmação pode ser contraditada por argumentos igualmente válidos. Em segundo lugar, é necessário preservar uma atitude de suspensão intelectual, ou, como Timon expressa, nenhuma afirmação pode ser considerada melhor que outra. Em terceiro lugar, estes resultados são aplicados na vida em geral. Pirro conclui que, dado que nada pode ser conhecido, a única atitude adequada é ataraxia, "despreocupação".
A impossibilidade do conhecimento, mesmo em relação à nossa própria ignorância ou dúvida, deve induzir o homem sábio a resguardar-se, evitando o stress e a emoção que acompanha o debate sobre coisas imaginárias. Este ceticismo drástico é a primeira e mais completa exposição de agnosticismo na história do pensamento. Seus resultados éticos podem ser comparados com a tranquilidade ideal dos estóicos e os epicuristas.
O caminho do sábio, diz