pinoquio as avessas
Texto: Conhecimento escolar: epistemologia e política. (Capítulo 4)
CORTELLA, Mario Sergio. A escola e o conhecimento: fundamentos epistemológicos e políticos. 6a ed. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire, 2002.
Apesar de toda produção teórica que temos sobre a educação, a escola continua com os mesmos problemas educacionais há mais de e séculos (ver. Citação da p. 109).
Qual sentido social do que fazemos na escola? Depende da compreensão política que tivermos da finalidade do nosso trabalho pedagógico.
A relação Sociedade/Escola: alguns apelidos circunstanciais
Otimismo ingênuo:
Atribui à escola uma missão salvífica, tem um caráter messiânico, ser educador é uma ato de vocação. A educação seria uma alavanca para o progresso. É otimista porque valoriza a escola, mas é ingênua pois atribui autonomia absoluta à escola na sua capacidade para resolver os problemas da sociedade.
A Escola seria suprassocial, servindo a todas as classes sociais indistintamente. A ação do educador seria marcada pela neutralidade, não estando a serviço de nenhum grupo político, classe social ou ideologia.
Pessimismo ingênuo
A função primordial da Escola é servir ao poder, sendo um instrumento de dominação. Ela é reprodutora das desigualdades e o professor é um agente da ideologia dominante, um mero funcionário das elites. A Escola é um aparelho ideológico do Estado, destinado a perpetuar o sistema.
Nessa visão, a Escola sofreria uma determinação absoluta da Sociedade, ela não teria nenhuma autonomia frente à Sociedade.
Sua concepção pessimista encontra-se na compreensão do papel unicamente discriminatório da Escola, desvalorizando sua capacidade como ferramenta de justiça social.
É também ingênua pois não radicaliza a análise e desconsidera a existência de contradições dentro da Escola.
Otimismo crítico
Pretende indicar o valor da Escola, sem cair na neutralidade ou colocá-la como inútil à transformação social.