Peter burke
Conhecido como historiador de amplos interesses, que já escreveu, com distintas abordagens, sobre uma imensa variedade de temas: o Renascimento italiano, a cultura popular da Europa moderna, as elites urbanas em Veneza e Amsterdã, a fabricação da imagem de Luís XIV; a história social da linguagem, da arte da conversação, dos sonhos e do carnaval; questões de historiografia, relação entre história e teorias sociais etc. Apesar de várias modalidades da história que escreve, é como historiador da cultura que prefere se descrever, e para ele, o historiador da cultura se esforça por “fazer conexões entre os vários domínios de uma dada cultura, relacionando política com arte, ciência, cultura popular etc.”. Sua paixão é construir pontes entre línguas, culturas, períodos, lugares, metodologias, disciplinas e então atravessá-las, com vistas largas, para ver o que existe do outro lado.
Nascido em Londres em 1937, Peter teve desde muito cedo a experiência da diversidade cultural, pois com pai católico irlandês e mãe judia de origem polonesa e lituana, sua família unia tradições culturais muito diferentes. Educado num colégio jesuíta do norte de Londres onde saiu aos dezoito anos para ingressar na Universidade de Oxford. Terminando o curso de graduação, Peter embarcou num programa de doutorado sob a supervisão de Trevor-Roper, mais um convite irrecusável da Universidade de Sussex, recém-criada pela onda progressista dos anos 60, fez com que ele abandonasse seus estudos e se unisse a um seleto número de historiadores britânicos que jamais fizeram doutorado, como Quentin Skinner, Keith Thomas, Christopher Hill, Eric Hobsbawm e alguns outros.
Em Sussex, universidade formada com o explícito propósito de “redesenhar o mapa do saber”, Peter Burke iria encontrar o ambiente de que necessitava para ensaiar novos caminhos nas suas atividades didáticas e de pesquisas.
A primeira obra significativa de Peter Burke foi publicada em 1972,