Escola dos Annales - Peter Burke
Pelo título do livro do historiador e especialista em história moderna1, Peter Burke, podemos perceber a comparação entre dois fatos históricos muito relevantes para nós historiadores, a comparação é realizada através das grandes inovações que a Escola dos Annales ocasionou na historiografia, e tal como a Revolução Francesa de 1789 foi um dos grandes marcos da história ocidental.
Burke desde prefácio da obra, deixa sua claro sua intenção ao escrever, ele se baseia na tentativa de compreender o mundo francês, explicando como a década de 20 foi um início de diferentes teorias e propostas para o oficio do historiador e outros estudiosos sociais, em linhas gerais Burke pretende estudar o movimento dos Annales e sua produção ao longo das diferentes gerações, nas palavras dele “o objetivo desse livro é descrever, analisar e avaliar a obra da escola dos Annales”2. O autor acredita que esse movimento se baseia em três grandes fases, uma fase de 1920 a 1945, focada em uma crítica a tradicional história política e a história dos eventos; na segunda a característica mais presente seria a conceituação e abertura de novos métodos; e a terceira iniciada em 1968 dividida entre seus admiradores e críticos.
No primeiro capítulo, Burke disserta sobre os líderes do que o autor intitula “A revolução francesa da historiografia” 3, Lucien Febre e Marc Bloch e quadros historiográficos da França nesse momento herdada pela concepção de Heródoto e Tucídides baseadas em crônicas monásticas, memórias políticas, a partir do Iluminismo observamos pela primeira vez a contestação desses modelos e influência em historiadores posteriores, mas que ao passo da revolução copernicana foram sendo suprimidos. Assim, a história dos acontecimentos políticos ganhou força, ao mesmo tempo em que as críticas aos historiadores cresciam pelos cientistas sociais, um exemplo desse comportamento é a crítica realizada por