Pestalozzi
O século XIX inicia-se com um grande movimento de contraposição à cultura setecentista pela referência ao poder da razão, ao irracionalismo, ao individualismo, aos valores do sentimento, à história, à nação, à tradição, ao conteúdo religioso e poético da vida, ao profundo amor pela natureza. De grande transcendência na Alemanha e em toda a
Europa, esse movimento foi qualificado de romântico abrangendo literatura e filosofia, ciência e arte, política e historiografia, música e costumes. A eclosão desse movimento deu-se no momento em que a Alemanha ainda não se constituíra como Estado Nacional, ∗ Professoras do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Educação da Universidade Católica de Goiás
(UCG), Linha Teorias da Educação e Processos Pedagógicos. sendo um aglomerado de feudos, ducados, principados e reinos, sem qualquer unidade econômica ou política, ligados unicamente por alguns traços culturais comuns. A primeira tentativa de unificação se deu no decorrer do século XIX; na segunda efetivou-se a unificação nacional, em 1870.
Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827), educador suíço, nasceu em Zurich, pertenceu a esse ambiente intelectual e vivenciou momentos significativos da historia do pensamento alemão, particularmente a formação, em 1815, da “Confederação Germânica”, tendo participado de movimentos de reforma política e social. Pestalozzi chamou a atenção do mundo por sua ação como mestre, diretor e fundador de escolas. Suas obras principais são: “Leonardo e Gertrudes” (1781); “Como Gertrudes Instrui seus Filhos” (1801). Suas idéias demarcaram uma vertente da pedagogia tradicional denominada Pedagogia Intuitiva, cuja característica básica é oferecer dados sensíveis à percepção e observação dos alunos.
Essa pedagogia fundamentava-se na psicologia sensualista, cujos representantes afirmavam que toda a vida mental se estrutura