Pessoas sem instrução falam errado
Vivemos em uma sociedade em que o preconceito existe em suas mais variadas formas sendo o preconceito linguístico um deles, pessoas sem instrução falam errado na visão daqueles que tem esse preconceito, sem ao menos se importarem ou reconhecerem alguns dos fenômenos línguisticos como o Rotacismo e Palatalização.
Parte da sociedade tem a visão de que pessoas que não possuem instrução falam errado por não reconhecerem a diversidade do português falado no país, e existir a super valorização daqueles indivíduos que usam a norma culta, mas, é preciso deixar claro que essa forma dita padrão é apenas mais uma das variedades da língua.
Os fenômenos linguísticos também precisam ser reconhecidos e desmistificados.
Se dizer Craudia, praca, pranta é considerado “errado”, e, por outro lado, dizer frouxo, escravo, branco, praga é considerado “certo”, isso se deve simplesmente a uma questão que não é Linguística, mas social e política. (BAGNO, 2007, p. 42)
Bagno mostra exemplos de palavras que muitas pessoas ao pronunciá-la fazem a troca da consoante L por R. Se olharmos para a origem das palavras como por exemplo: Cravo (Português) veio do Clavu (Latim), podemos ver que o fenômeno linguístico Rotacionismo contribuiu para a formação da própria língua portuguesa padrão.
Há casos que é nítida a dificuldade na pronúncia das palavras, e é causado por problemas articulares e pode ser resolvido com ajuda de um profissional fonoaudiólogo.
Mas, existe outro fenômeno linguístico o Palatalização que ocorre quando a pessoa em vez de pronunciar a letra T sai com a pronúncia ts, isso acontece sempre que o T é seguido pela vogal I, como exemplos podemos citar os cariocas que falam com esse chiado e são considerados normais, como algo legal, mas quando um nordestino utiliza-se do mesmo fenômeno linguístico ele são considerados pessoas sem instrução, outros até acham graça, sem ao menos perceberem que se trata do mesmo fenômeno linguístico.
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