Os primeiros pés de cacau apareceram há milhões de anos na floresta amazônica, entre dois grandes rios situados ao norte da América do Sul: o Orenoco – que nasce nas Guianas e se estende por boa parte do território venezuelano – e o gigantesco Amazonas, cuja bacia abrange vários países, além do Brasil: Colômbia, Venezuela, Bolívia, Equador, Guiana e Peru. Depois, correntes migratórias nativas levaram a planta para a América Central, onde se desenvolveu a civilização maia e, mais adiante, até o México, onde habitaram os astecas. Alguns filólogos – estudiosos de idiomas – afirmam que a palavra de chocolate surgiu do termo xocolatl, que pertencia à língua falada pelos antigos astecas. Contudo, alguns historiadores argumentam que a palavra original era cacahuatl. O problema é que caca em espanhol tem significado pouco apetitoso. Por isso, os colonizadores teriam rebatizado juntando outras duas palavras nativas: choco (“amargo” em maia) e atl (água em asteca). Quando as caravelas espanholas apareceram pela primeira vez na linha do horizonte, os astecas acreditaram que estavam assistindo ao cumprimento de uma antiga profecia religiosa: a volta à terra do deus Quetzalcóatl, a serpente sagrada, que teria originalmente trazido o cacau do mundo das divindades para o mundo dos homens. Os historiadores afirmam que, ao confundir o colonizador Fernando Cortez com Quetzalcóatl, os astecas o receberam de braços abertos. Quando viram que estavam enganados já era tarde demais. Durante o processo de conquista, os espanhóis destruíram a complexa civilização nativa. E levaram o chocolate para a Europa. Pesquisas feitas no código genético dos cacaueiros indicam que todas as variedades têm a mesma origem: a árvore que existia na floresta tropical amazônica. Quando a espécie migrou para outras regiões mais ao norte, na América Central e sul do México, passou por variações, decorrentes das condições de solo, clima e cultivo. Astecas e maias conheciam uma variedade que produz