As primeiras considerações reportadas acerca da fibromialgia datam de aproximadamente 150 anos. Em 1850, Froriep relatou que pacientes com reumatismo apresentavam pontos endurecidos em seus músculos, os quais eram dolorosos à pressão. Durante a primeira metade do século XX, a fibrosite, como fora chamada, era considerada por alguns como causa comum de dor muscular; por outros, como manifestação de “tensão” ou de “reumatismo psicogênico” e, pela maior parte da comunidade científica, como sintomas clínicos inespecíficos, sem características de síndrome clínica. Nos anos 70, Smythe e Moldofsky observaram que certas localizações anatômicas eram mais freqüentemente dolorosas em portadores de fibromialgia do que em controles, sendo, então, denominadas de pontos sensíveis (tender points). Relataram, também, que esses pacientes também apresentavam insônia, possivelmente relacionada com os sintomas de dor muscular observados em fibromiálgicos. Na atualidade, constatou-se que a fibromialgia é a enfermidade reumática (se é que se pode considerá-la como doença puramente reumática) mais freqüente. Ocorre em cerca de nove mulheres para cada homem e seus primeiros sintomas se manifestam, na média, entre 30 e 50 anos de idade, mas pode acometer de crianças e adolescentes a indivíduos mais idosos. Ressalta-se que a fibromialgia, a priori, não é uma doença ocupacional. Geralmente, o início dos sintomas é insidioso e a dor pode ser relatada como queimação, peso, contusão ou “exaustão” da região afetada. A dor, ampla e difusa, freqüentemente se inicia na nuca, pescoço e ombros e pode ser de difícil localização – uns têm a impressão de que ela ocorre nos músculos; outros, nas articulações e há os que relatam senti-la nos ossos ou nos “nervos”. A fadiga é alteração que ocorre em quase todos os pacientes, sendo mais notada pela manhã e no fim da tarde, e os pacientes a referem como física e psíquica, sendo a sensação correntemente relatada como “uma necessidade de férias”. Outra