Perspectivas do terceiro setor
Diante da incapacidade do Estado brasileiro em propor estratégias, programas e metas para superar as profundas desigualdades sociais, as perspectivas de crescimento para o terceiro setor tornam-se evidentes. Por outro lado, sua participação na implementação de políticas públicas se vê ameaçada pela ausência de credibilidade de muitas entidades, pela falta de apoio da mídia e de um marco legal satisfatório. Outra questão que se coloca é a possibilidade de conflitos com a esfera estatal e com as empresas privadas, em razão do crescimento da prestação de serviços por organizações sem fins lucrativos, cuja competitividade e eficiência só vêm aumentando. De modo geral, algumas tendências podem ser verificadas nos próximos anos, como veremos a seguir. O poder do exemplo
Para multiplicar suas ações, as organizações com maior destaque e credibilidade trabalham cada vez mais na linha da exemplaridade. É o caso da Fundação Abrinq. O balanço da sua trajetória levou a uma conclusão paradoxal: a Fundação está muito bem, desenvolve uma série de projetos e parcerias importantes, com prestígio e visibilidade. Todavia, a situação da infância e da juventude no Brasil vai mal. Em razão desse cenário, a Fundação Abrinq tomou a decisão estratégica de incentivar a reprodução dos projetos mais bem-sucedidos, em vistas a influenciar as futuras políticas públicas. É o caso do "Prêmio Criança", concedido pela Fundação às iniciativas de sucesso e passíveis de serem multiplicadas, e do "Programa Prefeito Amigo da Criança", que procura apoiar as administrações municipais na implementação de políticas públicas de proteção às crianças e adolescentes, em sintonia com o Estatuto da Criança e do Adolescente. Profissionalização Pelo fato de desenvolver atividades tão heterogêneas e de se relacionar com públicos diversos, o terceiro setor tem enorme necessidade de profissionalização técnica e administrativa. A tendência é que, cada vez mais, seja exigido rigor e