Perspectiva
A pobreza é algo que sempre esteve presente na história da humanidade. Relatos não faltam no decorrer dessa história que possibilitam a identificação da sua ocorrência, independentemente do povo e período histórico.
Na Antiguidade, acreditava-se que a explicação para existência de “ricos” e “pobres” era a determinação divina, ou seja, havia pessoas predestinadas a serem ricas e outras a serem pobres. Caberia a cada um aceitar a sua posição dentro da hierarquia social.
Durante a Idade Média, a Igreja Católica, no auge do seu poder político, fez com que tal afirmação fosse propagada, o que facilitava o seu domínio sobre as classes menos favorecidas.
Já nesses períodos a pobreza era vista como ausência de condições materiais que permitissem ao indivíduo desfrutar de uma vida confortável, considerando-se os padrões da época.
Os conceitos de pobreza
Não há, ainda hoje, um consenso sobre o que é a pobreza, quais são suas causas e o seu tamanho. E dificilmente haverá, já que se trata de algo que envolve questões sociais, econômicas e morais.
Partindo da definição das necessidades nutricionais mínimas, se definiu famílias em pobreza primária como aquelas cujo total de rendimentos era insuficiente para satisfazer essas necessidades.
No período após a Segunda Guerra Mundial, a noção de subsistência incorporou outros requerimentos que não só os nutricionais. Definiu-se um nível de subsistência que, além das necessidades nutricionais, incluía também gasto com vestuário e com combustíveis.
A determinação das necessidades nutricionais mínimas estimulou o desenvolvimento daquela que seria tomada como principal base de análise da pobreza no decorrer do século: a abordagem monetária da pobreza. A possibilidade de estudar a pobreza através de uma medida quantitativa, como aquela definida pelas necessidades nutricionais, incentivou a conversão dessas necessidades em valores monetários e a utilização de critérios de discriminação entre pobres e não pobres