Perspectiva saussuriana x abordagens funcionalistas
No estudo da linguística não havia uma ordem, uma terminologia precisa de alcance universal a respeito da linguagem, foi através de Saussure, por conta de sua personalidade perfeccionista, que teve a necessidade de ter uma linguagem unívoca, que a linguística teve assim definido seu objeto de estudo: a língua. Por isso Saussure é considerado um divisor de águas no estudo da linguagem.
A seguir exponho as perspectivas Saussurianas versus a abordagem funcionalista sobre a concepção de língua.
Para Saussure a língua é um fato social e homogêneo, porque se trata de um conhecimento compartilhado socialmente pelo indivíduo, é um sistema abstrato, para ele “o indivíduo sozinho não pode criar nem modificar a língua”, (Martelotta, 2009: 116), pois sua existência se dá através de uma espécie de acordo estabelecido entre participantes dessa comunidade, por isso a língua não pode ser alterada por apenas um de seus membros.
Segundo Marcuschi (2008, p. 32):
O estruturalismo saussuriano volta-se para a análise do sistema da língua como um conjunto de regularidades que subjazem à língua enquanto interioridade e forma, sendo que a variação ficava por conta das realizações individuais. Saussure não nega que as línguas variam, mas a língua, sob o aspecto da variação, não é o objeto cientifico como tal. Entende-se que Saussure não nega a variação da língua, mas é deixada em segundo plano, porque para ele isso não é tão importante, o que realmente lhe interessa é a forma, o sistema, a abstração e o universal. Um fato importante é que não nega e não tem interesse no sujeito.
Já o funcionalismo é uma forma do estruturalismo que considera as funções desempenhadas pela língua. E que a estrutura da língua é determinada por suas funções características, seus diferentes modos de uso e suas funções sociais.
No funcionalismo os teóricos não separam a langue (língua) da parole (fala), as estudam juntas, o que não acontece no