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O Funcionalismo: fundamentação teórico-metodológica
Reflitamos sobre a escola funcionalista neste capítulo, destacando seus pressupostos teóricos, seu histórico, suas vertentes e principais representantes.
Outrossim, meditaremos sobre o conceito de “função”, de “transitividade” e de
“frase” do ponto de vista funcionalista.
Pertinentes são as palavras de Maria Helena de Moura Neves (2004: 1), que
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assim se expressou:
“Caracterizar o funcionalismo é uma tarefa difícil, já que os rótulos que se conferem aos estudos ditos “funcionalistas” mais representativos geralmente se ligam diretamente aos nomes dos estudiosos que os desenvolveram, não a características definidoras da corrente teórica em que eles se colocam. Prideaux
(1994) afirma que provavelmente existem tantas versões do funcionalismo quantos lingüistas que se chamam funcionalistas, denominação que abrange desde os que simplesmente rejeitaram o formalismo até os que criam uma teoria. A verdade é que, dentro do que vem sendo denominado – ou autodenominado –
“funcionalismo”, existem modelos muito diferentes”.
(grifo nosso)
Nesse passo de Neves, atente-se não só ao fato de o rótulo funcionalismo recobrir muitas versões de trabalhos, cujas características não parecem justificar tal rotulação, mas também ao fato de existirem lingüistas que se dizem
“funcionalistas”, em virtude de rejeitarem o formalismo. Nesse tocante, as palavras de Bates (apud. Newmeyer 2000: 13) sintetizam a situação teórica do funcionalismo: “o funcionalismo é como o Protestantismo: um grupo de seitas antagônicas que concordam somente na rejeição à autoridade do Papa”.
Evidentemente, o pensamento de Bates ignora o desenvolvimento da teoria funcionalista e suas contribuições à compreensão do funcionamento da linguagem. Além disso, a investigação funcionalista surgiu muito antes da teoria gerativa. Não obstante a ironia do pensamento de Bates, com o qual procura responder à pergunta “o que há