Perspectiva do Folclore e Cultura Popular.
O movimento nacionalista teve ainda mais força, nas décadas de 20 e 30, com o surgimento do Modernismo, a partir daí folclore passou a ser visto como a verdadeira essência da identidade brasileira . Uma importante figura do Modernismo brasileiro, Mário de Andrade, foi um grande pesquisador do folclore nacional. Outros nomes também incorporaram elementos folclóricos em destaque em suas obras, como Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral e o o músico Heitor Villa-Lobos. Mário criou a Sociedade de Etnologia e Folclore quando dirigiu o Departamento de Cultura do Estado de São Paulo.
Na década de 1950 esse movimento se intensificou , agregando outros ilustres como Cecília Meireles, Câmara Cascudo, Gilberto Freire, além de estrangeiros como Roger Bastide e Pierre Verger. O movimento folclorista nesta época encontrou apoio institucional na Comissão Nacional de Folclore, fundada em 1947, através de recomendação da UNESCO, aliada ao Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura. No contexto do pós-guerra, a preocupação com o folclore se inseria nas iniciativas em prol da interação e respeito entra as diferentes nações. Já no fim da década de 50, foi instituída a Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro, órgão executivo do Ministério da Educação, realizando e dinamizando debates e pesquisas por meio de comissões estaduais de folclore, e praticando a medida de incluir colaboradores do interior. Além da pesquisa foi solicitada também a participação das escolas como instrumentos de preservação e disseminação do folclore.
Por fim, os trabalhos desses pesquisadores acrescentaram maior valor as concepções brasileiras sobre seu proprio folclore, sendo então publicada no Rio de Janeiro em 1951, no I Congresso Brasileiro de Folclore, a Carta do Folclore Brasileiro, onde se definia folclore da seguinte forma: "as maneiras de pensar, sentir e agir de um povo, preservadas pela tradição popular e pela imitação e que não sejam diretamente