Perigos na educação
Introdução
A pesquisa tem a educação da infância como objeto de estudo e tem a História Cultural como abordagem historiográfica. O objetivo da pesquisa é mapear representações sobre a educação da infância, colocando ênfase nas práticas educativas consideradas inadequadas para a formação das crianças.
A definição desse objeto de estudo se processou em um contexto de ampliação das discussões relativas à infância. Nas últimas décadas, a historiografia conferiu visibilidade aos processos sociais de constituição da infância brasileira, permitindo compreender as condições de vida das crianças, das instituições, da família, da escola, da alimentação, dos jogos e brincadeiras, da vida social e material, conforme destacam Kuhlmann Jr e Fernandes [01].
Material e Métodos
A pesquisa está sendo desenvolvida no contexto da História Cultural, na vertente defendida por Chartier [02], que propôs os conceitos de representações, apropriações e práticas para a reconstituição da memória coletiva. Ao utilizar esses conceitos como referência metodológica tornou-se possível atingir o objetivo de pesquisa é mapear as orientações produzidas para a educação da infância no contexto da cidade de Montes Claros, visando que os pais e a escola ajustassem os processos educativos aos modernos preceitos da ciência. Com Chartier [02], procuramos reconstituir a memória coletiva, não pela crença em acontecimentos verdadeiros, mas considerando que o ofício do historiador é captar representações do mundo social – representações que revelam saberes dos sujeitos e se constituem como matrizes geradoras de discursos e práticas.
Como fontes documentais foi utilizado o jornal Gazeta do Norte, um semanário publicado em Montes Claros, entre os anos de 1918-1962, que assumiu um propósito educativo em relação à população montes-clarense, com a disseminação de ideias e práticas, a denúncia de problemas e o empreendimento de campanhas por