Perigos das bebidas energéticas
Luciana Mendes
A morte de um adolescente de 17 anos em São Paulo, na madrugada de segunda-feira (21), gerou polêmica. Gustavo Matheus Castanheira Alves morreu de parada cardíaca com apenas 17 anos. Ele teria consumido energético em excesso.
O cardiologista Dr. Rodrigo Stedille Pontes esclarece sobre os perigos relacionados ao consumo da bebida.
ON: Por que bebidas energéticas podem ser perigosas?
Dr. Rodrigo: As bebidas chamadas “energéticas” podem ser perigosas por predispor a pessoa que a consome a um maior risco de desenvolver arritmias cardíacas, hipertensão arterial, morte súbita, dentre outros problemas. A maioria dos problemas causados por essas bebidas se deve a elevada concentração de cafeína (principal estimulante da maioria das fórmulas). Outro problema atualmente é que as embalagens estão ficando maiores, chegando muitas vezes a serem vendidas em garrafas de 1 litro, o que aumenta ainda mais o risco de complicações.
ON: Quais os efeitos mais comuns e os mais graves?
Dr. Rodrigo: Os efeitos podem variar desde agitação, alterações da percepção, euforia, cefaléias, convulsões, elevação da pressão arterial, arritmias cardíacas e morte súbita (sendo estes 2 últimos os mais graves).
ON: Apenas pessoas com pré-disposição a arritmia devem ficar atentas aos perigos e evitar a ingestão de energéticos?
Dr. Rodrigo: Todos devem ficar atentos e evitar o consumo de tais bebidas. Se consumir nunca deve ser em grande quantidade e não se deve misturar com o álcool.
ON: A combinação de energético com álcool pode potencializar os danos?
Dr. Rodrigo: O álcool potencializa em muito o efeito arritmogênico dos energéticos. O consumo vem aumentado muito, especialmente entre os jovens, os quais na grande maioria das vezes também associam o energético ao álcool. Essa mistura, além de agravar o risco de arritmias cardíacas, predispõe ao alcoolismo, já que a pessoa permanece mais horas