Performance e Distinções na Dança de Salão
Performance e Distinções na Dança de Salão
Introdução No centro da cidade de Curitiba, aos sábados, uma turma iniciante de dança de salão treina seus primeiros passos às duas horas da tarde, na escola Oito Tempos Dança de Salão. Numa sala ampla, a música toca e todos imitam os professores. A maioria dos alunos vem para a aula com seu par: cada um com sua namorada ou namorado. Os professores ensinam tanto passos masculinos quanto femininos, enquanto os alunos têm receio de fazer os passos do sexo oposto. Neste ambiente resolvemos investigar as relações de gênero e corpo observáveis, além de outras características que surgiram durante a pesquisa de campo. Essa perspectiva foi escolhida com o objetivo de tentar entender o porquê das diferenças tão contrastantes da grande quantidade de mulheres que praticam a dança de salão em relação à pequena quantidade de homens que permanecem nesse meio e que o procuram. Para isso, foram analisados vários aspectos embasados em textos de antropologia da arte, como os padrões estéticos, o significado da dança dentro da nossa cultura e em como ela é construída e ensinada, seus valores representativos, sentido e significados para os alunos e professores e a dança como evento performático, abordados em textos de Lévi-Strauss, Franz Boas, Bauman e Briggs, César Gordon, entre outros. O trabalho de campo foi feito na escola citada acima, observando uma turma iniciante que faz aulas aos sábados. Observamos duas aulas de uma hora cada em dois sábados consecutivos e conversamos com vários professores, alunos e bolsistas, nesses dias e em outros. Tanto os alunos como os professores e os bolsistas foram bastante receptivos à pesquisa, pois, segundo a dona do estabelecimento, “os alunos já estão acostumados, pois frequentemente realizam-se pesquisas na escola”. A turma pesquisada começou com um pacote ofertado pelo Groupon, um site de compras coletivas, em que um