Percepções sobre os espaços de negritude em rio grande: um estudo sobre os clubes sociais negros
Outras sociologias específicas
Palavras Chave: negritude, clubes sociais negros, espaços sociais
Resumo
Esse trabalho constitui-se como parte de uma proposta que visa a formulação de um espaço concreto na comunidade para a construção de questões relacionadas à cultura negra na região sul do Rio Grande do Sul. Os municípios de Rio Grande e Pelotas permanecem como as cidades que proporcionalmente tem o maior contingente de população negra no Estado. Porém, observamos que nos últimos tempos as agremiações negras acabaram se desmobilizando e isso se reflete na invisibilidade do negro na sua participação social. Nossa proposta é analisar a constituição histórica e social dos clubes sociais negros de Rio Grande, compreendendo-os como potencial de constituição de espaços de negritude. Na primeira abordagem da pesquisa investigamos atas do Clube Cultural Recreativo Braço é Braço, realizando entrevistas com participantes do clube nos anos de 1950 e 1960. Relatos do atual presidente do clube indicam que o Clube Cultural Braço é Braço, foi uma construção de uma comunidade negra riograndina que buscava um espaço para comunicar-se, tanto por meio de festas, bailes de debutantes, carnavais, musica e oralidade. Fundado no ano de 1920, foi denominado de Braço é Braço. Seu nome deriva do fato de que um dos que se encontravam presentes carregava um braço esculpido de madeira. O clube sinalizava uma associação de funcionários da marinha, onde os pertencentes eram somente homens, sendo o grupo de senhoras aparece somente em meados dos anos 60. Constatamos que o Braço é Braço constituiu-se como expressão de um sentimento de liberdade e festa para seus participantes :“Pra mim foi um período de ouro. Eu era o Rei”.(entrevista com participante do clube, atual