Hip-Hop em processo
24 a 28 de outubro de 2006.
Seminário Temático 02: Culturas jovens urbanas e novas configurações subjetivas.
Coordenador(es): Maria Isabel Mendes de Almeida (Puc-Rio) , Fernanda Eugenio
(UFRJ) , Maria Claudia Coelho (UERJ)
Título: Hip Hop em processo: identidade, territorialidade e ritual
Nome da autora: Carmela Zigoni
PPGAS/UNB
Brasília, agosto de 2006.
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Hip Hop em processo: identidade, territorialidade e ritual.1
Palavras-chave: Hip Hop, identidade negra, territorialidade, ritual.
1. Introdução
Este artigo tem por objetivo destacar a territorialidade como um dos aspectos constitutivos da identidade negra dos jovens pertencentes ao Movimento Hip Hop no
Brasil. Como exemplo de forma de atualização desta identidade, destaco, ainda, uma prática de ocupação dos espaços públicos da cidade, que tem na corporalidade suas principais técnicas de produção de efeitos rituais: a batalha de break.
O presente trabalho é produto de duas etnografias feitas em Belo Horizonte
(2003) e Brasília (2005), sendo um exercício menos comparativo, e mais de dar visibilidade a elementos que constituem o entendimento/pertencimento ao Movimento
Hip Hop nestas duas cidades. Sabe-se que, embora tendo manifestações diferenciadas em cidades distintas do Brasil (e do mundo), este grupo possui características sociológicas e nativas comuns, e o interesse aqui é apontar os aspectos essenciais da constituição da identidade negra no Hip Hop enquanto grupo jovem.
2. Juventude e Hip Hop como temas nas Ciências Sociais
Considerar a juventude como categoria de análise implica em perceber o debate sobre o tema como processual e dinâmico, já que os estudos neste campo têm se multiplicado nos últimos anos, com perspectivas e abordagens diversas.
O fenômeno “juventude” surge como questão sociológica a partir dos anos 20, com interpretações que utilizavam conceitos como “desvio”, “sub-cultura” e
“delinqüência”. Em um segundo momento, os