Percepcao Visual
Para abordarmos as diversas lesões que causam deficiências na percepção visual, é importante compreendermos o que é a percepção visual e como ela se processa, segundo a perspectiva do autor soviético Luria
(1981). Ele divide o cérebro em três zonas: unidade um (que regula o tônus, a vigília e os estados mentais básicos, como a atenção geral); unidade dois (que recebe, analisa e armazena informações, especialmente as do mundo externo, através dos denominados sentidos – visão, audição, gustação, sensações somestésicas, incluindo o tato) e unidade três (que programa, regula e verifica as atividades mentais, denominada consciente).
A
percepção
visual
é
o
resultado
de
um
processamento
de
informações de forma ativa. Esta concepção faz com que possamos compreender porque o cérebro possui uma função seletiva e como este selecionar está intrinsecamente ligado aos nossos valores, à cultura e a linguagem, que
são
estruturados
socialmente,
mas
selecionados
cerebralmente.
A psicologia moderna não considera a escola Gestalt como teoria preponderante, pois ela tenta formular leis que regem a percepção de forma igual para todos os seres humanos. Atualmente, analisamos a percepção como um processo ativo e complexo que envolve a seleção e a síntese de imagens. As informações são selecionadas e sintetizadas conforme as tarefas com as quais o indivíduo se defronta ou se propõe e intermediadas através de códigos, principalmente a linguagem, com o objetivo de categorizar as informações recebidas. Após a distinção dos aspectos essenciais de um objeto e, também, da codificação e comparação do recebido, ocorre a representação deste objeto que pode ser, por exemplo, distinguido através da cor, da forma, do movimento ou do detalhe.
A percepção visual humana é feita de forma dinâmica, constituída por um processamento de informações realizado por nosso cérebro nas zonas
1
visuais
localizadas
nos
lobos