Pequeno negócio se prepara para tomar lugar de domésticas
Aumento de custos para contratação desses profissionais e o pode levar a aumento na demanda por serviços
PEC das domésticas abriu oportunidades para outros negócios
A nova legislação para empregados domésticos entrou em vigor há menos de uma semana, mas empresas que oferecem serviços para a casa já se preparam para ganhar novos clientes -famílias que não terão condições de manter esses funcionários, acreditam os empresários.
A aposta desses negócios é que, com o aumento de custos para contratação desses profissionais e o controle mais rígido sobre as horas trabalhadas, haja um aumento na demanda por serviços terceirizados de alimentação, lavanderia e limpeza.
A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) das domésticas ampliou o direito dessas profissionais, como o pagamento de FGTS, horas extras (limitadas a duas por dia) e jornada semanal de 44 horas.
Para aproveitar o novo cenário, as empresas estão fazendo ajustes. Ana Paula Nastri, 41, dona de uma franquia da lavanderia Prima Clean, por exemplo, vai adotar o sistema delivery. "Os clientes pedem para a doméstica fazer a entrega e a retirada da roupa, e essa funcionária pode não existir mais."
Ela espera até 30% de aumento de clientes em sua empresa, que adota o estilo americano de lavanderias, em que o próprio cliente pode lavar a roupa -a lavanderia oferece wi-fi e computadores aos clientes enquanto as peças estão na máquina.
Um aspecto importante a ser considerado é que o trabalho das domésticas é altamente pessoal e de confiança. Isso cria um hábito que é difícil de ser mudado, diz Marcelo Nakagawa, coordenador do Centro de Empreendedorismo do Insper. Para ocupar esse espaço, as empresas terão de investir na personalização dos serviços.
Guilherme Landgraf Neto, 50, dono de três lojas da lavanderia 5àsec, diz que procura fazer históricos de seus clientes para oferecer atendimentos sob medida.
"Tem cliente que gosta que a camisa seja entregue