Península Ibérica
Os fatos históricos
1 — A romanização da Península Ibérica
Os romanos desembarcam na Península no ano 218 a.C. A sua chegada constitui um dos episódios da Segunda Guerra Púnica. Dão cabo dos cartagineses no ano de 209 e empreendem, então, a conquista do país. Todos os povos da Península, com exceção dos bascos, adotam o latim como língua e, mais tarde, todos abraçarão o cristianismo.
A Península é inicialmente dividida em duas províncias (ver mapa 1), a Hispânia Citerior (a região nordeste) e a Hispânia Ulterior (a região sudoeste). No ano 27 a.C., Augusto divide a Hispânia Ulterior em duas províncias: a Lusitânia, ao norte do Guadiana, e a Bética, ao sul. Posteriormente, entre 7 a.C. e 2 a.C., a parte da Lusitânia situada ao norte do Douro, chamada Gallaecia, é anexada à província tarraconense (a antiga Hispânia Citerior). Cada província subdivide-se num determinado número de circunscrições judiciárias chamadas conventus. Um exame rápido do mapa 1 mostra que o atual território da Galícia espanhola e de Portugal corresponde, aproximadamente, a quatro desses conventus — os de Lucus Augustus (Lugo), de Bracara (Braga), de Scalabis (Santarém) e de Pax Augusta (Beja). A área lingüística do que virá a ser o galego e o português delineia-se, pois, desde a época romana, no mapa administrativo do Ocidente peninsular (mapa 1).
Nesse território, assim definido, a romanização fez-se de maneira mais rápida e completa no Sul do que no Norte. Os gallaeci, em particular, que habitavam a zona mais setentrional, se comparados aos outros povos, conservaram por mais tempo elementos da sua própria cultura.
2 — Os suevos e os visigodos (séculos VI e VII)
Em 409, invasores germânicos — vândalos, suevos e alanos — afluem ao sul dos Pireneus, seguidos, mais tarde, pelos visigodos. Assim começa um dos períodos mais obscuros da história peninsular, que terminará em 711, com a invasão muçulmana. Os alanos foram rapidamente aniquilados. Os vândalos passaram para a