Pensamento de platão
Em Platão a filosofia tem um fim prático, moral; é a grande ciência que resolve o problema da vida. Este fim prático realiza-se, no entanto, intelectualmente, através da especulação, do conhecimento da ciência. Mas conceptual, ao campo antropológico e moral - Platão estende tal indagação ao campo metafísico e cosmológico, isto é, a toda a realidade.
Este caráter íntimo, humano, religioso da filosofia, em Platão é tornado especialmente vivo, angustioso, pela viva sensibilidade do filósofo em face do universal vir à ser, nascer e perecer de todas as coisas; em face do mal, da desordem que se manifesta em especial no homem, onde o corpo é inimigo do espírito, o sentido se opõe ao intelecto, a paixão contrasta com a razão. Platão considera o espírito humano peregrino neste mundo e prisioneiro na caverna do corpo. Pensava que este deve transpor este mundo e libertar-se do corpo para realizar o seu fim, isto é, chegar à contemplação do inteligível, para o qual é atraído por um amor nostálgico, pelo Eros platônico.
Segundo Platão, o conhecimento humano divide-se em dois graus: o conhecimento sensível, e o conhecimento intelectual, que parte do primeiro conhecimento, mas que dele não se pode derivar. A diferença essencial entre eles, está nisto: o conhecimento sensível não sabe que o é, de onde pode passar o conhecimento diverso, cair no erro sem o saber; ao passo que o segundo, sabe que o é, não podendo de modo algum ser substituído, errôneo.
Platão parte do conhecimento empírico, sensível, para chegar ao conhecimento intelectual. A gnosiologia platônica, tem o caráter científico, filosófico. O conhecimento sensível deve ser superado pelo conhecimento conceptual. O conhecimento sensível não pode explicar o conhecimento intelectual, que tem por sua característica a universalidade, e ainda menos pode o conhecimento sensível explicar o dever ser, os valores de beleza, verdade e bondade, que estão efetivamente presentes no espírito