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A proposta de 10.000 a.C. era bem válida: contar a gênese da aventura. O famoso conceito de "garota é raptada, garoto apaixonado parte numa jornada para resgatá-la" está em questão aqui. Mas imaginar que tudo seria facilmente aceito por conta dessa alegação de "ser original e nunca feito antes", parece ser o maior deslize do roteiro, assinado por Emmerich e o compositor Harald Kloser. Emmerich é um sujeito extremamente visual, por isso acaba dedicando muito de sua criatividade para elaborar cenas grandiosas, deixando, no entanto, o roteiro em segundo plano. Para esse filme, ele construiu uma rampa gigantesca e contratou milhares de extras para aumentar o nível de realismo, mas se esqueceu de dar força dramática a tudo isso.
Seus filmes anteriores não sofriam tanto com isso, pois as histórias colaboravam e permitiam a identificação com certas situações ou personagens. Neste caso, não. Os homens e mulheres pré-históricos de 10.000 a.C. não permitem um vínculo real com o público, que os vê com distanciamento suficiente para perceber incongruências e semelhanças com toda a produção cinematográfica de aventura das últimas três décadas. Isto é, parece com tudo, mas não tem seu próprio diferencial positivo.
É inevitável dizer que: os cavaleiros demoníacos são idênticos aos homens de Tulsa Doom emConan - O Bárbaro; o trajeto de D´Leh ao unificar várias tribos para derrubar um tirano se parece com o do Escorpião-Rei, na cinessérie A Múmia; os cenários egípcios saíram direto de Stargate; e a ressurreição saiu de qualquer filme em que um personagem