Pedir ajuda
Por Aristóteles Drummond
Para o Brasil não viver na dependência de chover mais ou menos, ligar mais ou menos termoelétricas de operação cara, onerar o custo Brasil e manter o preço da energia, que já está em patamar internacional, o governo federal deveria tomar medidas imediatas e sem gastar um tostão. Bastaria fazer com que o negócio da geração e distribuição voltasse a ser atrativo, liberando os projetos existentes e retidos na burocracia, quando não no delírio das autoridades ligadas ao meio ambiente, a movimentos indígenas e quilombolas.
Não é aconselhável essa linha de usinas praticamente sem reservatórios, que, desta forma, não suportam um ano mais seco.
Também seria o momento de as políticas de cunho social, muito oportunas, serem bancadas pelo Tesouro e não pelas empresas, sociedades por ações com fins lucrativos.
Algumas distribuidoras, como Light, CEMIG, Paulista de Força e Luz e COPEL, tem tradição de dezenas de milhares de pequenos acionistas. Uma emissão de ações incentivadas, por exemplo, sem imposto de renda sobre dividendos por dez anos, poderia capitalizar as empresas e permitir o deslanchar de projetos. As alterações feitas pelo atual governo geraram dificuldades para o Grupo Eletrobrás, controlado pela União, que é referência mundial na tecnologia e na gestão de sistemas elétricos de porte. Furnas, inclusive, atua fora do Brasil com sucesso.
Com a atual legislação a Eletrobrás não vai conseguir vender as distribuidoras que possui. Eletricidade é um negócio e não instrumento de política social.
O ministro Lobão tem uma assessoria de alto nível. Ele sabe o que fazer. É só deixarem. Energia cara é a escuridão, cabe lembrar. E estamos muito perto disso.
Aristóteles Drummond