Pediatria
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A pele, na sua posição de fronteira é frequentemente sujeita a agressões externas de natureza biológica e físico-química. Relativamente às primeiras, é fundamental considerar que o órgão é habitado na superfície por grande número de germens, os quais participam nos mecanismos de defesa contra agentes externos, dentro de sistema ecológico original e muito eficaz. O conceito de simbiose aplica-se a este fenómeno de equilíbrio microbiológico, enquanto a rotura do sistema conduz a infecções e infestações. Nas agressões por agentes físico-químicos, a variedade de situações é grande e iremos considerar as mais frequentes. AGENTES BIOLÓGICOS. SIMBIOSE, INFECÇÃO E INFESTAÇÃO Denomina-se simbiose (ou comensalismo) à associação biológica de seres vivos, reciprocamente bem tolerada e da qual resulta benefício mútuo. Refere-se como infecção à associação de que resulta doença, a qual é originada por germens transmissíveis, por exemplo, bactérias e vírus, que se multiplicam no interior do organismo. Infestação (ou parasitose), também situação transmissível, subentende que a multiplicação do agente causal se realiza no exterior ou sobre o organismo (ecto-parasitismo), por seres do reino animal (zoo-parasitoses) ou vegetal (fito-parasitoses). Simbiose, infecção e infestação não constituem "categorias" estanques de tipos de "associação". Assim, por exemplo, um determinado simbionte pode, em circunstâncias particulares (condições do meio, virulência) transformar-se em agente de infecção ou de infestação. Na pele humana encontram-se correntemente os três tipos de situações