Pedagogia
INTRODUÇÃO A brincadeira é um comportamento presente em todas as culturas, cada qual com suas especificidades. Por meio da brincadeira a criança aprende comportamentos, constrói conhecimento, expressa emoções e sentimentos e significa para si a cultura em que está inserida. Pesquisar sobre esse comportamento tão complexo e tão básico ao ser humano tem-se demonstrado um desafio para as áreas do conhecimento. Todavia, já é possível sintetizar o conhecimento existente e propor atuações condizentes com o mesmo de maneira a atender às necessidades de espaços ao brincar infantil. É necessário definir o que se entende por cultura e por cultura lúdica para, então, compreender a brincadeira no contexto da infância. Cultura lúdica: conceito e construção por cultura entendem-se: “organização estrutural de normas sociais, rituais, regras de conduta e sistema de significados compartilhados pelas pessoas que pertencem a certo grupo” (VALSINER, 1998 apud CONTI; SPERB, 2001), ou seja, são regras vagas e genéricas de comportamentos, de crenças, de valores, que possibilitam uma organização da vida cotidiana em uma sociedade. Cada cultura possui suas especificidades. Cada cultura irá determinar o que serão comportamentos típicos de brincadeira e comportamentos que não serão de brincar. Por exemplo: uma tribo indígena pode considerar que bonecas não são para brincar, mas para rituais religiosos, enquanto uma sociedade industrializada produz milhares de bonecas para as crianças brincarem. Essa determinação nem sempre é clara e precisa; no entanto, é válida na medida em que irá influenciar a maneira como as crianças brincam, com o que brincam com quem brincam e onde brincam. A criança passa, então, a comportar-se de maneira a dominar esses esquemas, conforme o seu desenvolvimento, engajando-se nas atividades lúdicas o conjunto dos fatores biológicos,