Pedagogia
Neste artigo queremos refletir sobre um tema que, nos últimos anos, tem pautado os meios de comunicação no tocante à educação escolar: o sistema de cotas para alunos da rede de ensino público, negros e mestiços, beneficiando o ingresso nas universidades públicas, tem sido motivo de muitas discussões.
O principal argumento de quem se manifesta contra é a afirmação de que o sistema de cotas é um tiro que vai sair pela culatra, que esse é um projeto que reforça e estimula o racismo. Já quem se manifesta a favor do projeto justifica que o sistema de cotas é uma questão de justiça com os que têm menos oportunidade na sociedade.
A indagação que faço é diferente. Não me questiono se é justo ou injusto o sistema de cotas tão polemizado. A pergunta que constantemente me faço é: por que os jovens da rede de ensino público, principalmente os das comunidades carentes, normalmente não alcançam sucesso nos processos de vestibular? Conseqüentemente essa pergunta conduz a outras. Será que a capacidade cognitiva desses jovens é inferior? Será que é uma questão de puro desinteresse? Ou será que o verdadeiro problema está na instituição escolar?
Os sintomas da mazela que afligem a educação pública podem ser percebidos, não só mediante o massivo fracasso nos vestibulares, mas ao longo de todo o processo de escolarização, através das reprovações e desistências constatadas. Na verdade, é uma minoria que consegue concluir o ensino médio e prestar o vestibular.
Analisando o histórico da educação escolar fica claro que o problema não está no aluno, mas no sistema de relação cultural imposto pela instituição escola.
Voltando um pouco no tempo podemos entender o contexto do fracasso escolar da classe popular.
Na década de sessenta uma série de estudos foram realizadas nos EUA para diagnosticar as causas do fracasso escolar das crianças da classe popular. O motivo que levou a essa série de estudos foram as reivindicações da