Pedagogia
Nesta fase surge a tentativa de dar um valor sonoro a cada uma das letras que compõe uma escrita. É um período de maior importância evolutiva, pois é o surgimento do que Emilia Ferreiro denominou “hipótese silábica”, em que cada letra vale por uma sílaba.
A hipótese silábica pode aparecer com sinais distantes das letras do alfabeto ou aplicar-se a letras sem que se lhes atribua valores sonoros estáveis. Mas ainda nesse período, as letras começam a adquirir valores sonoros (silábicos) com certa estabilidade, estabelecendo-se uma correspondência com o eixo qualitativo: as partes sonoras semelhantes entre as palavras começam a se exprimir por letras semelhantes, o que também é fonte de conflito para a criança quando, por exemplo, produz uma mesma escrita (AO) para palavras diferentes tais como pato e gato.
O conflito entre as hipóteses internas – silábica e de quantidade – é resolvido “acrescentando” um numero maior de grafias que as previstas. Assim, as palavras dissílabas que deveriam ser escritas com duas letras passam a ter três, para atender a hipótese de quantidade mínima, mas conflita com o fato de uma das letras não ter uma emissão possível.
O nível silábico caracteriza-se, portanto, pelos aspectos que se seguem:
Ao descobrir a silaba na fala (e não escrita) a criança sabe que a escrita vincula-se à pronúncia das partes da palavra (hipótese de que a silaba oral corresponde a uma letra);
Tem dificuldade para escrever monossílabos e dissílabos por entrar em conflito com a exigência da quantidade mínima de letras;
Na escrita de palavras tem a preocupação de não repetir letras;
Quando silábico convicto, usa para cada som que emite, uma letra. Não há sobras;
Pode ou não conhecer o valor sonoro convencional das letras e saber utilizá-las;
Pode misturar letra com número na escrita de palavras, apesar de diferenciá-las;
Lê apontando para cada letra;
Leitura silábica;
Nesse nível a criança descobre que pode escrever com lógica,